segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Organização de Custos de Vendas e Custos de produção

pesquisa sucinta
1. INTRODUÇÃO
Atualmente as organizações, para manterem-se competitivas e fazer a diferença em seu ramo de atuação, estão cada vez mais se aperfeiçoando em gestão de custos. Uma boa gestão de custos em uma organização faz com que seus gestores tomem melhores decisões, vindo a ter maior controle de seus gastos e de onde pode investir e eliminar desperdícios, entre outras ações. Por se tratar de um campo amplo falaremos aqui um pouco de organização de custos de vendas e organização de custos de produção.  
2. ORÇAMENTO DE CUSTOS DE VENDA
Por se tratar de um fator que se relaciona de forma determinante com outros setores da empresa, o orçamento de custos vendas se afirma de forma significativa no planejamento financeiro de uma corporação. A formulação do orçamento de custos vendas deve ser fidedigna em relação às pretensões orçamentárias de uma organização, uma vez que se trata de uma etapa de grande importância, na medida em que definem as diretrizes do produto para o mercado, estimando o quantitativo necessário de vendas para a sobrevivência ou crescimento dos negócios da empresa. É determinante para a formulação de um orçamento de vendas exato que se conheça a nuances do mercado em que a empresa está inserida, como as tendências apresentadas por ele e a perspectiva de concorrência e de precificação do produto a ser vendido, bem como um especial cuidado quanto à equipe envolvida no processo. A análise exata do orçamento de custo de vendas dita o ritmo de todo o aparato empresarial que diz respeito ao produto vendido, desde o atendimento ao consumidor até a qualidade do produto, envolvendo também os setores de marketing e logística. Definir os custos a serem dispensados e os lucros a serem percebidos impactam diretamente nos serviços oferecidos por uma organização. O processo de formulação de um orçamento de vendas leva o produto ao qual se estuda a uma nova estruturação de mercado. Faz-se o planejamento acerca dos canais de produção que esse produto irá percorrer e avalia-se sua participação na organização mediante as vendas efetivadas, sejam elas em atacado ou varejo. Apesar da necessidade de formular um orçamento de vendas exato, sua criação depende do porte da empresa a que se destina. Ele pode ser formulado baseado na demanda dos clientes de uma organização, como nas vendas por encomenda, ou de acordo com um mercado específico onde o produto será vendido, como em grandes magazines. Também deve se levar em conta, além do tamanho da empresa, a área de atividade econômica em que a corporação está inserida, uma vez que de acordo com seu ramo de atividade, um produto produzido por ela certamente terá projeções de vendas variáveis, o que poderá alterar o preço que lhe seria atribuído. De acordo com as atividades realizadas pela empresa, podemos classificar os custos de vendas de três formas, a saber: Custo dos Produtos Vendidos (CPV); Custo das Mercadorias Vendidas (CMV); e Custos dos Serviços Vendidos (CSV).
2.1 CUSTOS DAS MERCADORIAS VENDIDAS – CMV
A definição do custo das mercadorias vendidas se relaciona de forma direta com o estoque disponível de determinado produto pela empresa, já que ele compõe parte do patrimônio de uma empresa e todos os produtos que constam em estoque tem valor agregado e potencial de venda. O CMV considera a aquisição de produtos, bem como se relaciona com o processo de pós-venda, que pode retornar mercadorias para o estoque. O CMV é utilizado no calculo dos custos de vendas de empresas de comércio ou que apenas revendem mercadorias. Para as mercadorias vendidas, o custo será o próprio preço de compra do item que será revendido. O custo das mercadorias vendidas pode ser apurado através da equação:
CMV = EI + C - EF
Onde:
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
EI = Estoque Inicial
C = Compras
EF = Estoque Final (inventário final)
O cálculo leva em consideração que os produtos que permanecem parados no estoque de uma empresa são contabilizados como vendas não efetivadas e ocupam espaço no estoque, tendo grande impacto sobre a sua margem de lucro, uma vez que representam uma omissão de ganho.
2.2 CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS – CPV
É uma variável geralmente associada àquelas empresas que fabricam os produtos que vendem. Neste caso, o custo dos produtos está atrelado ao valor de matérias-primas, insumos e mão-de-obra aplicada na fabricação, bem como nos gastos despendidos no processo de fabricação.
Para calcular o CPV utiliza-se uma forma semelhante a do CMV:
CPV = EI + (In + MO + GGF) – EF
Onde:
CPV = Custo dos Produtos Vendidos
EI = Estoque Inicial
In = Insumos
MO = Mão de Obra
GGF = Gastos Gerais de Fabricação (aluguéis, energia, etc.)
EF = Estoque Final (inventário final)
2.3 CUSTOS DOS SERVIÇOS VENDIDOS (CSV)
Também pode ser chamado de Curso de Serviços Prestados (CSP) uma vez que está atrelado aos custos de serviços prestados. É empregado nas organizações onde não existem vendas de bens tangíveis, sendo um custeio característico de empresas prestadoras de serviços. O CSV é composto basicamente dos valores referentes aos custos ligados aos prestadores de serviço e dos gastos estruturais da empresa, tal qual energia, água ou aluguel, por exemplo, além dos gastos com manutenção das instalações, quando existem. Numa empresa de serviços, a fórmula para cálculo dos custos é a seguinte:
CSV = Sin + (MO + GDS + GIS) – Sfi Onde:
CSV = Custo dos Serviços Vendidos
Sin = Saldo Inicial dos Serviços em Andamento
MO = Mão de Obra Direta aplicada nos serviços vendidos
GDS = Gastos Diretos (locação de equipamentos, subcontratações, etc.) aplicados nos serviços vendidos.
GIS = Gastos Indiretos (luz, mão de obra indireta, depreciações de equipamentos, etc.) aplicados nos serviços vendidos.
Sfi = Saldo Final dos Serviços em Andamento
3. ORÇAMENTO DE CUSTOS DE PRODUÇÃO
Custos de produção são aqueles que estão ligados ao processo produtivo. Calcular os custos se revela como uma ferramenta que subsidia as decisões de uma empresa a curto prazo e analisar o quão sustentável essa empresa se mostra à longo prazo. Os estudos voltados ao tema costumam definir diversas classificações para o termo. O custo pode ser estimado antes do início do processo produtivo, nesse caso é chamado de a priori. Quando o custo é obtido durante a medida que o processo produtivo se desenvolve ele é chamado de a posteriori. Quando se faz análise quanto ao momento da produção do custo se busca identificar a rentabilidade dos sistemas estudados. O custo também pode ser fixo, quando independente da quantidade de produto produzida ele permanece inalterado, ou fixo, que varia de acordo com a produção. A soma do custo variável com o fixo retorna o custo total de produção. Podem ainda ser diretos, quando são facilmente discerníveis no produto final e claramente mensuráveis com indicadores adequados (custo de mão-de-obra por hora), e indiretos, não mensuráveis com facilidade e atribuídos de forma rateada aos produtos produzidos. Os custos ainda podem ser definidos em outras três categorias: explícitos e implícitos, que se relaciona com a saída ou não de recursos do caixa da empresa para cobrir determinado custo. Explícitos representam saída de verba do caixa, enquanto o implícito pode ser ilustrado como a depreciação de um bem, por exemplo; unitário, médio unitário e total, que dizem respeito à quantidade de produto produzida, atribuindo um custo específico à produção de uma unidade, da média de unidades ou de todas as unidades, respectivamente; ou custo de produção ou administrativo, àquele ligado ao processo de produção em si e este aos processos secundários à produção. Faz-se necessário determinar a capacidade de produção, adequação das instalações, determinação das escalas, disponibilidades de matérias-primas e mão-de-obra qualificada, orçamento da mão-de-obra direta, matérias-primas e despesas indiretas de fabricação, os custos projetados de produção e venda de produtos sob pena de derrocada do negócio a médio/longo prazo. Alguns sintomas dessa derrocada são a queda da margem de lucro e ineficiência de produção. O planejamento dos custos de produção pode auxiliar à retomada da saúde empresarial.
3.1 COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO
O § 1º do art. 13 do Decreto-Lei 1.598/77 (altera a legislação do imposto sobre a renda) dispõe que o custo de produção dos bens ou serviços vendidos compreenderá, obrigatoriamente:
a) o custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou serviços aplicados ou consumidos na produção, observado o disposto neste artigo; b) o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão direta, manutenção e guarda das instalações de produção; c) os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação dos bens aplicados na produção; d) os encargos de amortização diretamente relacionados com a produção; e) os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção.
4. CONCLUSÃO
Portanto conclui-se que tanto o orçamento de custos de vendas como o orçamento de custos de produção, ditam o ritmo da empresa. Definir o preço ideal de venda, levando em conta todos os gastos envolvidos no processo produtivo, faz com que a empresa possa manter-se competitiva no mercado o qual está inserida. Percebe-se que é crucial a realização desses orçamentos de custos, ambos mantêm a saúde de uma empresa, aumentando a margem de lucro da organização e garante o alcance das metas e objetivos traçados com efetiva excelência nos processos.  
6. REFERÊNCIAS
1. Portal Ebah, Orçamento de Vendas. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAabUAI/orcamento-vendas. Acesso em 05 de junho de 2017.
2. Portal de Contabilidade, Apuração de Custos de Vendas. Disponível em: http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/custovendas.htm. Acesso em 05 de junho de 2017.
3. Portal Treasy, Orçamento de Custos de Produção: como projetar as necessidades de Matéria-Prima, insumos de Mão-de-obra de sua empresa!. Disponível em: https://www.treasy.com.br/blog/como-projetar-os-custos-variaveis-e-as-necessidades-de-materia-prima-insumos-e-mao-de-obra-de-sua-empresa. Acesso em 05 de junho de 2017.
4. Blog Conta Azul, Custos de Produção. Disponível em: https://blog.contaazul.com/planilha-de-custos-de-producao/. Acesso em 05 de junho de 2017.
ANEXO 1
1. Qual a definição de orçamento de custo de produção?
R: Consiste em um planejamento para prever o quantitativo de gastos em determinado tempo de duração de um processo de produção e planejar os investimentos necessários a serem feitos para o processo produtivo.
2. Como o orçamento de produção pode ter bons resultados?
R: É necessário que a empresa mantenha o rígido controle dos gasto e estabeleça um orçamento que seja eficiente para arcar com os custos da produção dos itens a serem vendidos. Para a efetividade do orçamento de produção faz-se necessário que todos os colaboradores da empresa estejam engajados no processo.
3. Como o processo da produção se relaciona com as das vendas?
R: Faz-se necessário que a empresa pense em inovações em seu processo produtivo com fins a ter destaque no mercado do produto final, garantindo assim sucesso em suas vendas. O investimento na qualidade do produto produzido desde o início do processo produtivo garante a satisfação do consumidor final após as vendas.
4. De acordo com as atividades realizadas pela empresa, podemos classificar os custos de vendas de três formas, quais são?
R: Custo dos Produtos Vendidos (CPV); Custo das Mercadorias Vendidas (CMV); e Custos dos Serviços Vendidos (CSV).
5. Qual o beneficio de um Orçamento de Custo?
R: O orçamento de custo exato realizado ajuda na formulação de preço de venda do produto. Definir o preço ideal de venda, levando em conta todos os gastos envolvidos no processo produtivo, faz com que a empresa possa manter-se competitiva no mercado o qual está inserida.

Amor da minha vida...

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Vida que segue...

Às vezes o corpo demonstra o que o coração sente e a mente desmente.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Júlio Cesar crescendo

Meu filho está cada dia mais esperto, já segura até a mamadeira... - Mamãe deseja que você ame muito, sorria para a vida e cultive bons amigos.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Relatório disciplina ADM e Cultura Organizacional

Relatório de desenvolvimento de pesquisa
1. Realização de um brainstorming


1.1. O Conceito Desempenho em Estudos Organizacionais e Estratégia: um Modelo de Análise Multidimensional – Artigo da RAC.
1.2. Gestão de Recursos Humanos: uma Metanálise de seus Efeitos sobre Desempenho Organizacional – Artigo da RAC.
1.3. Cultura organizacional e dependências de poder: a mudança estrutural em uma organização de ramo de informática – Artigo da RAC.
1.4. Cultura organizacional em ambiente burocrático – Artigo da RAC.
1.5. Modelos de gestão de competências versus processo de validação. Um ponto cego? – Artigo da RAUSP.
1.6. As atividades bancária e empresarial e o desenvolvimento sustentável – Artigo da RAUSP.
1.7. Perfil de planejamento e ciclo de vida organizacional nas empresas brasileiras – Artigo da RAUSP.
1.8. A tradição e a autonomia dos estudos organizacionais críticos no Brasil – Artigo da RAE.
1.9. “Aprecie com moderação”: a identidade da organização como drama e atos de performance – Artigo da RAE.

2. Artigos escolhidos

2.1. Gestão de Recursos Humanos: uma Metanálise de seus Efeitos sobre Desempenho Organizacional – Artigo da RAC.
Resumo:
O campo de estudo da Gestão Estratégica de Recursos Humanos e, mais especificamente, da relação entre práticas de Gestão de Recursos Humanos (GRH) e desempenho organizacional, apresenta controvérsias que ainda precisam ser resolvidas. Isto significa que permanece a necessidade de revisar a literatura dos estudos neste campo, para encontrar algum sentido no vasto número de conclusões propostas. Por esse motivo, a fim de atualizar e acatar sugestões e examinar moderadores, ainda não analisados em outras revisões, a proposta para o presente estudo é realizar uma metanálise dos resultados de 194 registros de estudos empíricos e originais, realizados e/ou publicados entre os anos de 1985 a 2007, mantendo a metanálise por uma ou mais práticas de GRH e por um ou mais indicadores de desempenho organizacional. Para a realização desta metanálise escolhemos o método de metanálise psicrométrica de Hunter e Schmidt (2004). Com base nesta metanálise, podemos inferir que há uma relação positiva entre GRH e desempenho organizacional. A estimação da magnitude desta relação aumenta, quando as práticas de GRH são combinadas em um sistema ou dois ou mais resultados de desempenho organizacional são levados em consideração.

2.2. Cultura organizacional em ambiente burocrático – Artigo da RAC.
Resumo:
O objetivo desse artigo é descortinar as manifestações da cultura organizacional em uma organização de caráter público, tendo a questão do foco no cidadão um papel preponderante na análise, para isso particularmente destacando as relações existentes entre a cultura da organização e as normas burocráticas. Mediante uma estratégia de pesquisa qualitativa, foram realizadas trinta entrevistas em profundidade com funcionários de uma universidade pública para identificar os principais aspectos do trabalho. Os resultados encontrados revelam que a lógica burocrática é responsável por uma dinâmica complexa entre os funcionários e a organização, com reflexos perceptíveis sobre a cultura da organização, que apresenta significativa influência das normas internas.

2.3. Perfil de planejamento e ciclo de vida organizacional nas empresas brasileiras – Artigo da RAUSP.
Resumo
: Neste trabalho, tem-se por objetivo analisar o perfil das empresas brasileiras no que se refere à estruturação do processo de planejamento, associado aos estágios do ciclo de vida organizacional. O foco está no entendimento de como o processo estruturado de planejamento, que inclui o planejamento estratégico, o orçamento e o controle orçamentário, está sendo utilizado pelas empresas brasileiras nos diversos estágios do ciclo de vida organizacional. Trata- se de uma pesquisa empírica desenvolvida por meio de survey, a partir de uma amostra de 111 empresas. Os métodos de tratamento de dados foram a análise fatorial confirmatória com estimação PLS- -PM e a correlação. O estudo justifica-se pela constatação de que o desenvolvimento de um processo de planejamento estruturado, dentre outros fatores, depende do estágio vivido pela entidade e pode contribuir para o entendimento do processo de mudança em seu controle gerencial. Conclui-se que existe correlação entre os estágios do ciclo de vida organizacional e o perfil de formalização do planejamento nas empresas pesquisadas. Contudo, a inexistência do orçamento, tanto no nascimento – quando não é uma prioridade para as empresas – como no declínio – quando deveria ser entendido como uma alavanca de recuperação –, provoca reflexão relevante sobre as possibilidades perdidas por uma organização que não prioriza o processo de planejamento estruturado.

3. Por que estudá-los?

O primeiro artigo faz uma metanálise dos efeitos sobre o desempenho organizacional causados pela gestão de recursos humanos, o segundo artigo trata sobre como a cultura organizacional em ambiente burocrático é responsável por uma dinâmica complexa entre os funcionários e a organização já o terceiro trata sobre o perfil de planejamento associado aos estágios do ciclo de vida organizacional nas empresas brasileiras.
• Trata o desempenho organizacional da GRH;
• Trata cultura organizacional e
• Planejamento do ciclo de vida organizacional.
Visto que nossa disciplina e administração e cultura organizacional entendemos que os artigos escolhidos tratam claramente sobre o assunto.

4. Bibliografia

4.1. Gestão de Recursos Humanos: uma Metanálise de seus Efeitos sobre Desempenho Organizacional – Artigo da RAC. – autores: Agostinha Mafalda Barra de Oliveira * E-mail: agostinhamafalda@ufersa.edu.br Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA Mossoró, RN, Brasil. Alexandre José de Oliveira E-mail: alexandreoliveira@ufersa.edu.br Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA Mossoró, RN, Brasil.
4.2. Cultura organizacional em ambiente burocrático – Artigo da RAC. – autor: Luiz Alex Silva Saraiva, é Mestre em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professor do Curso de Administração das Faculdades Metodistas Integradas Izabela Hendrix e da Faculdade de Ciências Administrativas de Curvelo. Suas áreas de interesse em pesquisa são gestão e cidadania organizacional, sociologia do trabalho. E-mail: lassaraiva@uol.com.br
4.3. Perfil de planejamento e ciclo de vida organizacional nas empresas brasileiras – Artigo da RAUSP. – autores: Fábio Frezatti, Tânia Regina Sordi Relvas, Artur Roberto do Nascimento, Emanuel Rodrigues Junqueira e Diógenes de Souza Bido


quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Relatório de Estágio do Curso Técnico em Metalurgia

Tive oportunidade de estagiar na Usina Piloto da Vale S/A, onde pude realizar e acompanhar todos os processos realizados nas suas usinas em escala piloto conforme solicitado pelos seus pesquisadores e clientes. Processos como moagem em moinho de bolas, filtragem do minério, mistura do minério com aglomerantes, o pelotamento, queima da pelota conforme o perfil exigido pelo pesquisador. Cada usina da Vale possui um perfil diferente de queima. Nós realizávamos a queima de acordo com a pesquisa a ser realizada. O forno simulador dos fornos das usinas é chamado POT GRATE.
Também realizei testes físicos com as pelotas cruas, como queda e compressão; com a pelota queimada o tamboramento (abrasão), que simula geração de finos pelas pelotas, verificação de percentagem de trincas das pelotas, intemperismo (simula o tempo de aguardo das pelotas ao embarque), caracterização de materiais diversos como granulometria a seco e a úmido em diversas malhas e superfície específica que é analisada a partir densidade real do material e demais testes (químicos e metalúrgicos) que são encaminhados para seus devidos laboratórios.


Descrição dos processos e testes:

Pelotização:


• O processo é realizado de acordo com a exigência do pesquisador, mas em geral primeiro se pesa o minério a ser utilizado, se for necessário a troca de camada de fundo do disco de pelotamento são adicionados trinta quilos a mais para se criar uma nova camada. Por exemplo, se forem realizadas três queimas de sessentas quilos, pesamos em média cento e oitenta quilos mais trinta quilos de camada e o mesmo valor para provável perda de material durante o processo, somando-se duzentos e quarenta quilos.
• Colhemos também uma amostra do minério (100 gramas) para secarmos e descobrirmos a sua umidade. Informamos esses dados (peso e umidade) a uma planilha de Excel chamada balanço de massa, já contendo os dados de umidade dos insumos a serem utilizados. O técnico responsável gera o balanço de massa e nos informa o quanto de insumos e água deverá ser adicionado ao minério.
• Após o processo descrito, são adicionados no misturador os insumos e os minérios, que são misturados por três minutos até a adição da água.
• Acionamos a correia transportadora, abrimos a comporta do misturador e o material segue para o desagregador e cai na caçamba que é colocada sobre a correia que alimenta o disco de pelotamento.
• Durante o processo de formação da pelota é separada uma amostra para caracterização de pelota crua. São realizados três testes: Compressão da pelota crua e úmida na faixa maior que 10 milímetros (sofre compressão até trincar); Compressão da pelota seca na faixa maior que 10 milímetros (sofre compressão até trincar); Queda da pelota crua e úmida a quarenta centímetros repetidamente até o inicio de formação de trinca em sua superfície. Em todos esses testes são utilizadas quinze pelotas. Separa-se também 100 gramas para verificação de umidade global, que leva em conta todas as faixas de peneiramento, e de quinze a vinte pelotas que serão utilizadas no teste de compressão de pelota seca (e crua) para verificação de umidade.

Queima:

• A queima é realizada em um equipamento chamado “pot grate” que simula o processo de queima de todas as usinas da Vale.
• Carregamos o Pot Grate com as pelotas na faixa maior que 10 e maior que 12 milímetros, já homogeneizadas. Há queimas em que se utilizam pelotas de porcelanas para a camada lateral e de fundo. Certificamos que o Pot Grate está devidamente fechado e o restante do processo é realizado por um computador automatizado. Após a queima são separadas as pelotas para o arquivo, para os testes químicos e metalúrgicos (realizados em outros laboratórios), testes de intemperismo e abrasão.

Intemperismo:

• As pelotas ficam em um pátio por tempo determinado para simular o comportamento das mesmas quando aguardando o embarque, depois são realizados os testes metalúrgicos e abrasão.

Abrasão:

• São pesadas 1500 gramas de pelotas e colocadas em um tambor de abrasão que simula a geração de finos no navio, depois retira-se o material do tambor para peneiramento.

Granulometria a úmido:

• Utilizado as faixas de peneiramento de 0.038, 0.045, 0.063, 0.075, 0.106, 0.15, 0.3, 0.5, 1 e 2 milímetros. Para esse tipo de peneiramento pesa-se 100 gramas do material a ser utilizado e após o processo é retirado o material retido nas peneiras, sendo colocado na estufa. Depois de seco é pesado, a fim de saber o quantitativo que ficou retido em cada peneira.

Superfície especifica no Permeametro Fisher:

• O material, após seco e homogeneizado é desagregado por duas vezes na peneira de 0.106 milímetros. Pesa-se a massa em gramas equivalente ao valor da densidade real do material a ser analisado, colhendo-o em diversos pontos com o auxilio de uma colher própria. Após pesado, o material é colocado em um tubo que tem uma grelha com filtro acoplado no fundo, depois é acoplada outra grelha com filtro na parte superior do tubo. O tubo é colocado no pino do Fisher onde é gerado um torque de 10 libras. Deve-se posicionar a um ângulo de 90° e arrastar a carta do Fisher, que representa um plano cartesiano onde as coordenadas horizontais correspondem à porosidade e as verticais ao diâmetro médio. Enquanto se faz o torque e arrasta a carta descobre-se a porosidade do material, após isso, coloca-se o tubo no local do ensaio, prendendo o mesmo, girando o prendedor.
• Então é dado o início do teste, aguardando 3 minutos para a estabilização da água e verifica-se onde o ponteiro parou, descobrindo então o diâmetro médio do material. Com o valor do diâmetro médio conhecido e realizado o calculo para se descobrir a superfície específica do material.
{[SE= (60000)/(dr x dm) em escala direta] e [SE= (60000)/(dr x 2 x dm) na escala dobrada]}.
SE (Superfície Específica) dr (densidade real) dm (diâmetro médio)


Granulometria Alpine:

O material (5g) é passado na malha de 0,045mm, e depois é anota-se a massa retida. Após o teste é realizado o cálculo.
P3= P1 – P2 % - 0.045 mm = P3/P1. 100


Moagem:

• Nesse projeto que pude acompanhar o minério “em toneladas” sendo homogeneizado com auxilio do BOB QUET (pequeno trator com pá), e colocado em tambores para serem pesados. Depois os tambores eram despejados em uma correia que seguia até um cone, que possui uma correia dosadora, onde é feito o controle de dosagem a cada 15min.
• Do cone segue para a alimentação do moinho de bolas, onde os técnicos do setor fazem o controle de densidade do minério que esta sendo moído. É realizado controle de densidade da polpa na descarga do moinho, no under flow e over flow.
• A densidade é verificada a partir de um simples teste: um recipiente é pesado com água em uma balança específica, então se tara a balança, e então quando o recipiente é enchido com a polpa moída e pesa nessa mesma balança temos o valor da densidade da polpa.
• Também era medido a densidade da polpa vinda do espessador para alimentar o tanque homegeneizador e do tanque homogeneizador para alimentar filtro.